História do caminho para as fábricas de lanifícios da Bouça à Covilhã.
Saiamos da Bouça, às 5 para pegarmos ao trabalho às 7 horas e às 6 para pegarmos às 8. Tínhamos de trepar uma montanha com o farnel às costas. Na Primavera e Verão saiamos de casa de dia, mas no Outono e no Inverno, de manhã ainda era de noite e tínhamos de recorrer aos candeeiros de carbureto e a pilhas. As pessoas que não traziam iluminação tinham de contribuir para os custos e as que não contribuíam não se podiam aproximar.
O caminho era muito difícil na Primavera e no Verão por causa do calor. No Inverno era a chuva e a neve que dificultavam a caminhada. Em muitos dias de Inverno quando chegávamos ao Alto dos Livros com chuva e vento não podíamos abrir o chapéu e quando caía muita neve íamos pelo lado debaixo do Mineral.
No Pião o caminho bifurcava, uma alternativa ia ter à quinta do Conde que se destinava às fábricas da Ribeira da Carpinteira e a outra hipótese saía à Quelha das Mouras que se destinava às fábricas da Ribeira da Goldra.
Autor do texto: Jaime Miragaia dos Reis
Sem comentários:
Enviar um comentário